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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

STADIUM VARGINHENSE: Glória do Passado



Entre os anos de 1926 e 1927 foi construído o melhor estádio de futebol que Minas Gerais possuía. O majestoso STADIUM VARGINHENSE foi considerado uma das mais belas e confortáveis praças de esportes do Estado. Nem Belo Horizonte possuía um estádio daquele gabarito. Em Varginha o esporte ocupava um lugar de destaque e para impor-se ainda mais no setor, na parte mais alta da cidade, começou a ser construído o Stadium Varginhense, uma praça esportiva que tinha todo o glamour que a época exigia. Era um estádio lindo, completo e perfeito. Um monumento para época. Ele foi construído onde estão hoje os galpões da CBC e foi inaugurado em 13 de Outubro de 1927.
Gumercindo Lúcio, Antônio Lúcio e Alberto Mário Lúcio, financiados por Paschoal Oliva do Banco Sul Mineiro, acreditaram ser possível a construção. Com ajuda da comunidade - conta-se que cada pessoa voluntária, doava um dia de seu salário à comissão, foi possível realizar a construção em um ano. Para ser desaterrado, usaram-se carroças de burros e outros recursos disponíveis na época. O estádio tinha capacidade para 1.500 pessoas na arquibancada e 2.000 na geral.
O Stadium Varginhense contava com três pavimentos. Um subterrâneo que servia para dar abrigo aos animais, pois ali também realizavam-se corridas de cavalos. Possuía rinque de patinação e campo de futebol. No primeiro andar, o salão de festas onde aconteciam os famosos bailes e o grande salão de jogos onde funcionou um Cassino. Este salão foi arrendado pelos proprietários a um empresário, e a renda deste arrendamento serviu para contratar vários jogadores e reforçar o time da AVEA - Associação Varginhense de Esportes Atléticos.
O mais interessante é que alí também houve corrida de carros. Na primeira vez que isso aconteceu, um grave acidente resultando em morte, fez com que a Diretoria do Stadium Varginhense proibisse as corridas à partir deste dia. Em 1939 foi vendido para o sr. Roberto Melei, que reformou e remodelou aquela praça de esportes. Esta reforma deu um novo ânimo aos atletas de Varginha, que realizaram um campeonato inesquecível naquele ano.
Hoje, muito se pergunta como uma construção daquele porte não deixou vestígios e poucas são as pessoas que ouviram falar dele. Sua destruição virou lenda. Todos acreditam que ele pegou fogo. Mas a verdade pode estar no fato de que, quando Getúlio Vargas, Presidente do Brasil, determinou que se queimassem o excedente da produção de café no Brasil, para fazer com que o preço do produto subisse nas cotações internacionais, foi usado o campo do STADIUM VARGINHENSE. Como Varginha era um grande produtor, a fogueira foi enorme, e a fumaça pode ser vista em todos os cantos da cidade.
Ficou a lenda de que o estádio foi destruído em 1941, mas a imprensa tricordiana noticiou que no final deste mesmo ano, foi disputada no Stadium Varginhense a final da Taça Guaraína, certame composto por times da região sul-mineira. Nesta final, a Seleção de Três Corações (base do Atlético/TC) venceu o Itajubense por 4x1. A partir daí, com a entrada do Brasil no 2ª Grande Guerra Mundial, com vários atletas varginhenses convocados, ficou paralizado o campeonato municipal. O abandono e o tempo foram os grandes vilões que, verdadeiramente destruiram o grande STADIUM VARGINHENSE.
Este estádio foi para os habitantes de Varginha em 1928, a obra mais importante dos últimos tempos, com recursos particulares e ajuda dos inúmeros torcedores e aficcionados desta prática esportiva, foi possível construir esta grandiosa obra entre os anos de 1926 e 1927. Tudo partiu de um sonho e Gumercindo Lúcio, Antônio Lúcio e Alberto Mário Lúcio, da firma Lúcio&Cia, procuraram financiamento no Banco Sul Mineiro, conseguiram o terreno que fora “emprestado” e ergueram esta majestosa praça de esportes - a maior e mais importante do Estado de Minas Gerais em 1928.

Festa do primeiro aniversário
Em 1928, a firma Lúcio&Cia, fundadora e proprietária do Stadium Varginhense, ofereceu uma pomposa festa para o povo, em razão do primeiro aniversário do estádio. Uma obra que exigiu, pela amplitude de suas dimensões, o uso de um grande capital e que trouxe alegria e orgulho para a população de uma cidade do interior de Minas - na época com cerca de 15.000 habitantes. Enquanto que, em outros países os governos destinam da receita pública, verba para estas realizações, a renomada empresa varginhense conseguiu, com esforço na iniciativa particular, concluir a obra.
A festa no STADIUM VARGINHENSE foi iniciada com significativa homenagem ao Sr. Deputado Domingos Ribeiro de Rezende, varginhense operoso e amante do progresso. Formou-se a mesa da Diretoria com os Srs. Paschoal Oliva (presidente), Dr. Jacy Figueiredo, José Gomes Nogueira, Alberto Moraes, L. Mello, Dr. Alaor Nogueira, Dr. Francisco Rosenburg, Dr. Antonio Lúcio e Manoel Oliveira, funcionários da Associação Varginhense de Esportes Atléticos (AVEA), tomando também assento à mesa, o Dr. Homero Vianna, Chefe do Posto de “Hygiene Municipal”, Prof. Alceu de Souza Novaes, Assistente Técnico do Ensino e Samuel Alvarenga, Chefe da Embaixada do Lavras Sport Club. Foi dada a palavra ao Dr. Alaor Nogueira para o discurso oficial. Este leu uma concisa oração, em que salientou as razões que levaram Lúcio & Cia a colocar na sua galeria de honra o retrato do Cel. Domingos Ribeiro de Rezende, que era inaugurada naquela noite memorável. Seguiram com a palavra o Dr. Antonio Lúcio, Samuel Alvarenga e o homenageado.
Dr. Antonio Lúcio apresentou um relatório verbal dos trabalhos realizados durante o primeiro ano na empresa do Stadium, colaborando com a Associação Varginhense de Esportes Atléticos - Avea, para o desenvolvimento dos esportes em Varginha, com inúmeras vitórias contra times locais e de outras localidades e saudou Samuel Alvarenga, da Embaixada Lavrense, dizendo que este grupo fora o mais organizado que Varginha recebeu até aquela data.
Depois falou o Dr. Francisco Rosenburg, propondo que fosse criado na direção da Avea o lugar de Presidente Honorário, para a qual indicava o nome do homenageado, e que fossem perdoados todos os sócios que porventura houvessem incidido, até aquela data, com infração dos estatutos. Essas propostas foram aprovadas sem discussão e o Cel. Ribeiro de Rezende foi aclamado Presidente Honorário da Avea. Depois de encerrada a sessão, deu início a um animado baile que se prolongou até a madrugada.

AVEA X LAVRAS
Dentro das comemorações, foi disputado uma partida de “foot-ball” entre as equipes da Avea e o Lavras Sport Club. Venceu a Avea por 2x0. A torcida foi colossal, como sempre. Na preliminar, o Gymnasio venceu os aspirantes da Avea. Foi uma bela tarde esportiva, favorecida pela limpidez da atmosfera que porporcionou à assistência, apreciar satisfeita o imponente panorama que das arquibancadas do Stadium descortina. Entre os da cidade e os de fora, contavam-se estacionado ali e nas imediações cerca de cem automóveis. O serviço de ônibus colocou dois carros continuamente e transportando grande número de pessoas.

2 comentários:

  1. O jogador Zezé Procópio, q iniciou a sua carreira no vila nova de nova lima, foi um dos integrantes do time tetracampeão do botafogo, em 1932/33/34/35.

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    1. Sim, Zezé Procópio, outro varginhense chegou a disputar uma copa (1938) e iniciou carreira no Villa Nova de Nova Lima.

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